Lácteos e Saúde

61 geneticamente, porém uma mutação ocorre em parte da população para que possa tolerar o leite na fase adulta. No Brasil 43% dos brancos e dos mulatos tem alelo de persistência da lactase, sendo a hipolactasia mais frequente entre negros e japoneses. O diagnóstico pode ser feito clinicamente, ou com auxílio do teste de tolerância a lactose. O exame mais recomendado, porém, é o teste de hidrogênio expirado. Com a descoberta do polimorfismo associado com a persistência da lactase, principalmente no norte da Europa, o exame genético passou a ser outra ferramenta diagnóstica mais confortável para o intolerante. A exclusão total da lactose deve ser evitada, pois pode acarretar prejuízos nutricionais. O leite é uma rica fonte de proteína de alto valor nutricional, gorduras, carboidratos, vitaminas e sais minerais, especialmente, cálcio, fósforo, ácido linoléico conjugado (ALC) e vitaminas B2 e B12 e no leite integral vitaminas A e D. O leite é um produto importante para os seres humanos por ser de alto valor nutricional (MATTANNA, 2011). No tocante à intolerância, a exclusão total e definitiva da lactose da dieta deve ser evitada, pois pode acarretar prejuízo nutricional de cálcio, fósforo e vitaminas, podendo estar associada com diminuição da densidade mineral óssea e fraturas. Caso a exclusão seja necessária pela gravidade dos sintomas, a reintrodução dos produtos lácteos deve ser feita o mais breve possível, sempre respeitando o limiar de tolerabilidade do paciente (MATTAR e MAZO, 2010). Segundo RUZYNYK e STILL (2001), 45% das mulheres intolerantes, restabelecem a habilidade de digerir a lactose durante a gestação. ANTUNES e PACHECO (2009) sugerem que este fenômeno seja uma adaptação, tendo em vista que durante a gestação a necessidade dietética é aumentada em vários nutrientes, os quais o leite é rico, sobretudo o cálcio. Neste cenário a lactose também ocupa lugar de destaque por ter importante função durante a fase de amamentação para o lactente refletindo também na sua fase adulta. A lactose garante fonte importante de energia para o lactente e como acidifica o pH intestinal é um auxiliar na absorção do cálcio, além de guardar relação entre reforço do sistema imunológico e baixo pH intestinal (MEDEIROS et al., 2012). Como o leite de vaca é importante fonte de nutrientes, a sua eliminação da dieta sem adequada substituição pode prejudicar o crescimento normal e a qualidade nutricional da dieta. Dessa forma, tão importante quanto à orientação aos pais é a avaliação da ingestão alimentar e do estado nutricional das crianças durante a dieta de exclusão. Esta necessidade é reforçada pelos resultados de estudos que demonstram menor ingestão de energia, podendo levar à desnutrição energético-protéica e à deficiência de nutrientes, principalmente o cálcio, em crianças com alergia às proteínas do leite de vaca, quando comparadas a crianças sem alergia (MEDEIROS et al., 2004). Os resultados mostraram que crianças que receberam fórmulas de substituição apresentaram, aos dois anos, um desenvolvimento pôndero-

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